Começou na manhã desta terça-feira (18), o Encontro do Coletivo Nacional de Mulheres Metalúrgicas da CUT. O evento, que segue até amanhã (19), na sede da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em São Bernardo do Campo (SP), conta com a presença de 20 trabalhadoras de todo país para debater a participação feminina no movimento sindical e a pauta das metalúrgicas.
As diferenças regionais e as dificuldades para romper a discriminação e o preconceito foram abordadas no primeiro dia da atividade. A secretária da Mulher e coordenadora do Coletivo da CNM/CUT, Marli Melo, lembrou que em sua base sindical, Campina Grande (PB), o preconceito contra a mulher é maior que em grandes capitais. “A cultura é machista, e se considera ainda que a mulher deve apenas realizar atividades domésticas. Nossa luta começa dentro de casa e com a quebra de paradigmas como esse”, ressaltou Marli.
Presente na mesa de abertura, a dirigente executiva da CUT, Rosana Souza, deu ênfase à luta pela paridade nas direções das entidades sindicais, um dos temas que pautarão os debates no movimento. “É necessário uma formação adequada das trabalhadoras e reestruturação nas concepções sindicais para que elas possam ser inseridas com qualidade no sindicalismo e não apenas para cumprirem ‘tabela’”, disse, destacando a importância dos Coletivos como o da CNM/CUT para debater também políticas públicas voltadas às mulheres.
Apesar de haver muito a ser conquistado pelas trabalhadoras, ela apresentou avanços e direitos assegurados pela Central e sindicatos em relações a outros países. “A organização das mulheres cutistas está avançada. Há nações onde ainda se discutem cotas, constituição de Coletivos e creche no local de trabalho. Hoje, lutamos por igualdade de oportunidades, licença parental, creche pública e Convenção 156, que garante igualdade de oportunidades e de tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares”, destacou Rosana.
A dirigente da CUT também abordou a participação e comunicação com a juventude para inserção dessa fatia de trabalhadores nas direções nacionais e estaduais das entidades. “O diálogo ainda é frágil, porque a nossa linguagem já está ultrapassada. Os jovens vivem outra realidade. Precisamos trazê-los para nosso lado e aprender a conversar de igual para igual. A juventude é um dos agentes principais na construção da sociedade, como ocorreu ano passado nas manifestações”, observou Rosana, que foi a primeira titular da Secretaria Nacional de Juventude da CUT.
Fonte: CNM/CUT
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