O Brasil cumpriu as metas de combate à fome e à redução da pobreza estipuladas mundialmente pela ONU. Esta é a conclusão do relatório sobre o estado da insegurança alimentícia no mundo publicado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outros dois organismos da ONU: o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA).
No ano 2000, a ONU fixou o combate à fome e à pobreza extrema como alguns dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), visando a melhorar as condições de vida da população mundial até 2015. O Brasil, segundo a Organização, já cumpriu essas metas, pois reduziu em 50% a porcentagem de sua população que sofre com a fome e em 75% a pobreza extrema. As metas da ONU previam redução de 50% em ambos os casos até o fim de 2015.
Isso significa que o Brasil conseguiu reduzir pela metade o número de pessoas desnutridas no país. O relatório aponta que a taxa de desnutrição caiu de 10,7% no período 2000-2002 para menos de 5% no período 2004-2006.
Em relação à pobreza, pela classificação da ONU, “pobreza extrema” engloba as pessoas que vivem com menos de US$ 1 por dia; já a “pobreza” engloba as pessoas que vivem com menos de US$ 2 por dia.
Segundo o relatório, o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema em 75% entre 2001 e 2012, caindo de 14% para 3,5%. No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%, ou seja, caiu de 24,3% para 8,4%. No entanto, 16 milhões de pessoas ainda vivem com menos de 2 dólares por dia no Brasil.
Razão do sucesso
O documento assinala que o Programa Fome Zero, lançado pelo presidente Lula em 2003, foi decisivo para os avanços. O relatório afirma que o programa colocou a conquista da segurança alimentar no centro da agenda do governo, sendo o cerne do progresso que levou o país a alcançar as metas de redução da fome e da pobreza.
Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida. Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área.
As políticas econômicas, diz o relatório, e os programas de proteção social, combinados ao mesmo tempo com programas para a agricultura familiar, contribuem para a criação de emprego e para o aumento de salários, assim como para a diminuição da fome. “Garantir que todas as pessoas comessem três vezes ao dia – como disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu discurso de posse – se transformou em uma prioridade presidencial”, afirma o relatório.
“O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente”, complementa o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.
Fome no mundo
No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la.
Fonte: Bol Notícias
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