A greve dos trabalhadores e trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios, Telégrafos e Similares cresce a cada dia em Minas Gerais. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect-MG), Robson Silva, afirmou nesta quinta-feira (19), durante reunião de avaliação do movimento na sede da entidade, que a categoria já aderiu à paralisação em Belo Horizonte, Vale do Aço, Vale do Mucuri, Caratinga, Viçosa e Montes Claros. A paralisação tem alcance nacional e foi aderida em oito estados: Bahia, Ceará, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e interior de São Paulo.
“A tendência é que o movimento se fortaleça, pois o destino da empresa e dos empregos estão ameaçados. As medidas adotadas estão avançando só para a retirada de direitos de trabalhadores e trabalhadoras. É uma greve para garantir direitos que nós já temos. Não podemos esperar pela data-base, que é em setembro, pois pode se tarde demais. Negociação para nós, hoje, é pressão”, alertou Robson Silva. Nova assembleia vai ser realizada às 14 horas desta sexta-feira (20), na sede do Sindicato.
Trabalhadores e trabalhadoras entraram em greve por tempo indeterminado, à zero hora de quarta-feira (18), para lutar contra a privatização e a terceirização nos Correios, pela retomada do plano de saúde e contra a contribuição para cobrir um rombo de R$ 5 bilhões no fundo de pensão Postalis. Eles também lutam contra a ameaça de desligamento de concursados em 2011, que foi contestado na Justiça.
“O serviço dos Correios vem sendo sucateado há tempos. A privatização está afundando a empresa e pode acabar com ela. O governo federal desencadeou um processo de privatização total dos Correios. O transporte já está entregue à iniciativa privada. Pelo projeto em curso, a empresa será dividia em vários segmentos. Com isto, a terceirização crescerá a níveis quase totais, o que levará ao desligamento de trabalhadores e trabalhadoras. Além disso, o nosso fundo de pensão, o Postalis, está com um rombo de R$ 5 bilhões e os Correios querem que paguemos esta conta. O Caixa de Assistência Postal Saúde foi privatizado e, por falta de pagamento da operadora, está descredenciado no Estado e os trabalhadores têm dificuldades para utilizar o plano e marcar consultas. Até hoje não vi nenhum passo da empresa em nos entregar o plano de saúde ou de conter a privatização”, denunciou Robson Silva.
Na terça-feira, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) deferiu liminar em favor dos Correios, determinando que a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios mantenham efetivo mínimo de 80% em cada uma das unidades. A decisão da ministra Maria de Assis Calsing prevê multa diária de R$ 100 mil em caso de descumprimento pelas federações. “Hoje, com o sucateamento dos setores, já se trabalha, sem greve, com apenas 80% do pessoal necessário”, disse Robson Silva.
Fonte: CUT/MG
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