29 de agosto de 2016 é uma data que entrará para a história brasileira. Os livros contarão que neste dia, Dilma Rousseff enfrentou o Senado Federal para se defender no processo que pede seu impeachment, mesmo que ela não tenha cometido qualquer crime que justifique tal pena.
“Por duas vezes vi de perto a face da morte: quando fui torturada por dias seguidos, submetida a sevícias que nos fazem duvidar da humanidade e do próprio sentido da vida; e quando uma doença grave e extremamente dolorosa poderia ter abreviado minha existência. Hoje, eu só temo a morte da democracia”, afirmou Dilma em seu depoimento.
Em outro momento, a presidenta voltou a traçar um paralelo entre 1964 e 2016, aproximando os dois golpes, distantes no tempo histórico, mas unidos no dolo à democracia. “Hoje não há prisão legal, não há tortura, meus julgadores foram eleitos pelo mesmo voto popular que me conduziu à Presidência. Tenho por todos o maior respeito, mas continuo de cabeça erguida.”
O muro inútil
Do lado de fora do Congresso Nacional, milhares de pessoas se encontraram para pedir por mais democracia e criticar o golpe em curso contra a democracia brasileira.
O muro que dividia a Esplanada dos Ministérios nunca foi tão desnecessário. Se o lado norte estava pintado de vermelho. Do outro lado, os manifestantes pró-impeachment não compareceram e deixaram o espaço completamente vazio.
O ato, chamado pela Frente Brasil Popular, teve adesão de moradores de Brasília e delegações que viajaram de diversas partes do País e que estão alojadas no Acampamento da Democracia, nos arredores do estádio Mané Garrincha.
Na frente do Congresso Nacional, os dois públicos se encontraram e saudaram a força de Dilma Rousseff com músicas e gritos.
Fonte: CUTMG
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