Metalúrgicos na Gerdau aprovaram em assembleia na sexta-feira (16) a proposta apresentada pela empresa, que prevê reajuste de 15% e um pagamento complementar de R$ 1.500,00. A assembleia foi realizada no ginásio do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região.
“Essa não é a melhor proposta, mas pela conjuntura entendemos que é uma importante conquista”, disse o presidente do Sindicato, Valmir Lodi, que é metalúrgico na Gerdau há 27 anos. O dirigente explicou também que os trabalhadores afastados, que receberam R$ 5.000,00 terão direito a esse pagamento complementar.
Ele recordou a resistência firme e forte do Sindicato e dos metalúrgicos durante o último ano. “A empresa reconheceu que nós não iríamos recuar e chamou a nossa direção para negociar o acordo que estava na Justiça”, contou.
“Essa não foi a primeira crise que enfrentamos na Gerdau. Teve outras piores, como em 1995 e a empresa não fechou”, relatou Lodi, ao destacar as ameaças de demissão em massa e até mesmo o fechamento da planta de São Leopoldo. Valmir também agradeceu a confiança que os trabalhadores tiveram no Sindicato. “Continuem acreditando nessa entidade”, pediu.
Durante a assembleia, os dirigentes sindicais que são trabalhadores na empresa também se manifestaram, salientando a pressão no chão da fábrica e a responsabilidade do Sindicato durante todo processo de negociação.
“A confiança de vocês no nosso trabalho foi tão importante como a nossa determinação de enfrentar a empresa”, destacou Diomar Machado.
O dirigente Alexandro da Silva Braga resgatou a mobilização nos últimos meses após a empresa ter oferecido 0% de reajuste e o abono, que não incide nos demais direitos, como 13º salário e férias. “Estamos muito felizes de realizarmos essa assembleia e trazer essa proposta da empresa, porque isso foi fruto da nossa luta”, destacou.
“O Sindicato tratou essa situação sempre com muito respeito ao trabalhador”, afirmou o secretário de Saúde do Sindicato, Valdemir Pereira. Ele ressaltou também a tensão nos momentos que a direção da Gerdau ameaçava que a empresa fecharia as portas. “Os dirigentes da nossa entidade sempre foram coesos e precisos ao enfrentar essa situação”, lembrou.
Relatando o processo de negociação que resultou nos itens apresentados, o diretor do Sindicato Anderson Macedo Gauer, disse que “é fundamental que os trabalhadores compreendam a importância dessa proposta”. Anderson também agradeceu o apoio da Federação dos Metalúrgicos do RS e da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).
Presente na assembleia, o presidente da Federação, Jairo Carneiro, destacou que o Sindicato sempre foi combativo. “Tenho muito orgulho dessa entidade e da maneira como foi feita essa negociação.”
Jairo disse ainda que a postura da empresa, de querer passar por cima das convenções coletivas, é uma tentativa nacional de implantar políticas neoliberais que prejudicam o trabalhador. “O governo do golpista Michel Temer pretende aprovar o negociado sobre o legislado e a terceirização sem limites. E isso será muito danoso para os trabalhadores”, assinalou.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo
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