Paridade de gênero é um meio para a igualdade e não o fim

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Durante o quarto dia do 12º Congresso Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (CNTTR) da CONTAG, nesta quinta (16), um ato político “Homens e Mulheres construindo a paridade” em alusão a implementação da paridade de gênero na direção da CONTAG aconteceu e emocionou à todos e à todas.

Mulheres e homens do campo, das águas e das florestas ocuparam o palco ao som de “Maria Maria” (autoria Milton Nascimento) com faixas e cartazes com as palavras de ordens das Margaridas por igualdade de direitos explicando a importância da ampliação da participação das mulheres na Confederação Nacional dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiar (CONTAG) depois de 53 anos de história.

A atividade, que acontece em Brasília e acaba nesta sexta (17), reúne mais de 2.500 trabalhadores e trabalhadoras rurais de todos os cantos desse país. A população rural decidiu em plenária final desse Congresso as políticas para a próxima gestão no qual terá 50% de homens e 50% de mulheres na direção.

Uma delas é o compromisso das Federações em implementar a paridade até o próximo Congresso. A secretária de Política Social da Federação dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiar do Distrito Federal (FETADF), Claudia Farinha, acredita que é um avanço superar a cota mínima de 30%, mas sabe que os desafios não acabaram, eles apenas começaram. “Uma coisa é a aprovação no âmbito nacional, outra coisa é a realidade nas nossas federações e sindicatos. É importante que nós mulheres que temos a compreensão da paridade e da inclusão das mulheres, sensibilizem e participem dos debates com as trabalhadoras nas comunidades e nas cidades desse país”.

As Margaridas compreendem que as decisões em nível nacional são como um espelho para a base que, muitas delas repetem, há muitos sindicatos que ainda não cumpriram a cota mínima de 30% que foi aprovada no 7º Congresso, ocorrido no ano de 1998.

Segundo dados do DIEESE, cresceu o número de mulheres rurais que se sindicalizaram. Hoje a maioria entre os associados e associadas são mulheres. Conforme a Secretária de Juventude da Federação dos Trabalhadores Agricultores e Agricultoras Familiar de Roraima, Cristiana Paiva Gomes, a formação foi essencial para a ampliação da sindicalização das mulheres.

“Pela formação temos conhecimento que podemos estar em qualquer lugar, ter voz e vez”. Ela acredita na formação popular: “se um especialista não pode ir, um dirigente que já aprendeu sobre o assunto irá. Quando a gente percebe que a comunidade ou o assentamento tem um grande número de jovens pedimos para o secretário de jovens para ir, se tiver muitas mulheres, a gente coloca nossa secretária de mulheres pra ir ou vai quem tiver, o importante é ir, porque a formação é essencial para trazer novas lideranças”, destaca.

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