Trabalhadores em educação de Minas Gerais decidem pela continuidade da greve

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Em uma Assembleia Estadual histórica, realizada na tarde de terça-feira (28), mais de 10 mil trabalhadoras e trabalhadores em educação do Estado de Minas Gerais decidiram dar continuidade à greve nacional deflagrada no dia 15 de março. As categorias, que ocuparam o pátio e o Hall das Bandeiras da Assembleia Legislativa (ALMG), no bairro Santo Agostinho, saíram em marcha, por volta das 16h15, em direção ao Centro de Belo Horizonte, passando pela Praça Sete e encerrando o protesto na Praça da Estação. De acordo com balanço do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE/MG), a greve atinge pelo menos 350 cidades. Muitas com praticamente 100% de adesão, como Caetés e Itinga.

Em manifestação contra as reformas da Previdência, trabalhista, a terceirização, aprovada no Congresso Nacional, e toda pauta do governo golpista e ilegítimo de Michel Temer, elas se uniram aos profissionais da educação municipais, aos educadores e educadoras da rede privada, também em greve; aos técnicos-administrativos do ensino federal, servidores municipais da capital mineira, e com apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), CTB, outras centrais, MAB, MST, movimentos sindical, sociais, estudantis e populares.

Os manifestantes cantaram, entre outras palavras de ordem: “A nossa luta se unificou, o estudante junto com o trabalhador”, “Fora, Temer”, “Golpista recua, o povo está na rua”. E deixaram claro: “Não queremos a reforma da Previdência, não queremos reforma trabalhista, não queremos terceirização, não queremos congelamento de investimos em saúde, educação, segurança e políticas sociais. Nenhum direito a menos”.

Os manifestantes dialogaram com a população e convocaram todos para o Ato Público desta sexta-feira (31), às 17 horas, Dia Nacional de Mobilização, que faz parte da programação do Congresso Extraordinário da CUT/MG, que será na ALMG e servirá para organizar a classe trabalhadora para a greve geral programada para o dia 28 de abril. As mobilizações do dia 31, assim como ocorreu nos dias 8 e 15 de março, Dia Internacional das Mulheres e Dia Nacional de Paralisação, respectivamente, vão tomar as ruas de todo o país. Paralisações de categorias, manifestações, trancamento de avenidas e rodovias são algumas das ações.

Segundo a coordenadora -geral do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT/MG, Beatriz Cerqueira, a decisão da categoria e o ato de terça-feira (28), são um claro recado de que a classe trabalhadora não aceita nenhum direito a menos. “Nós assumimos o protagonismo social. Somos um exemplo para todo o país, depois que levamos mais de 150 mil pessoas às ruas, contra a reforma da Previdência, no dia 15 de março. Nós não sairemos das ruas enquanto não derrotarmos a PEC 287. Nosso movimento mostra a luta a coragem do povo mineiro contra a PEC da morte, da exclusão. Esta proposta não se negocia. Vamos continuar as pressões nas câmaras municipais, na Assembleia Legislativa. Um vereador e um prefeito apoiam um deputado federal. Está tudo misturado.”

“Nosso compromisso é construir a greve geral, mas, antes, vamos realizar um grande ato no dia 31 contra a reforma da Previdência. Vamos repetir o 15 de março e quantos 15 de março forem necessários. É hora de intensificar a luta. Se não fosse nossa mobilização, estariam votando a reforma nesta semana. Esta luta é da classe trabalhadora, não de uma categoria”, acrescentou Beatriz Cerqueira.

A greve nacional da educação convocada pela Confederação Nacional da Educação (CNTE) é contra a reforma da Previdência, pelo pagamento do piso e aqui em Minas, os trabalhadores em educação acrescentam o eixo: pelo cumprimento dos acordos assinados pelo governo do Estado, durante assembleia estadual realizada em 8 de março último. Na Assembleia Estadual de terça-feira (28), educadoras e educadores mineiros contaram com o apoio de Iêda Leal, da Secretaria de Combate ao Racismo da CNTE/CUT-Goiás e do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego); e Cleiton Gomes, secretário de Assuntos Municipais da CNTE, do Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem); dos deputados estaduais Rogério Correia (PT), Marília Campos (PT) e Geraldo Pimenta (PCdoB).

Os profissionais da educação do Estado de Minas Gerais também aprovaram o Calendário de Lutas:
Calendário aprovado
29/3 – Assembleias locais
31/03 – Congresso Extraordinário da CUT com ato contra a Reforma da Previdência – concentração às 17 horas na Assembleia Legislativa, em Belo Horizonte.
1°/4 – Continuidade do Congresso Extraordinário, com ato pela memória, verdade e justiça.
3/4 – Caça aos deputados federais em todos os municípios mineiros.
4/4 – Atos nos municípios contra a Reforma da Previdência.
5/4 – Assembleias locais para avaliação das propostas apresentadas pelo governo do Estado na reunião que será realizada no dia 3 de abril.
6/4 – Assembleia estadual, às 14 horas, Pátio da Assembleia Legislativa.
21/4 – Dia Estadual de Luta em Ouro Preto.
28/4 – Greve geral

Propostas de mobilização
1) Reafirmação da nota contra a reforma da Previdência encaminhando carta às Centrais sindicais.
2) Continuar a pressão pelo cumprimento dos acordos assinados pelo Governo do Estado.
3) Continuar a pressão nas Câmaras Municipais e junto aos Prefeitos.
4) Continuar a articulação com outros sindicatos, movimentos na construção da greve geral e demais agendas de luta contra a reforma da Previdência.

Fonte:CUTMG

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