As propostas de “Fora, Temer” e “Diretas, já” são os pontos centrais do Plano Popular de Emergência da Frente Brasil Popular Minas. O projeto propõe metas para reverter a crise social, política e econômica do Brasil e foi construído por representantes de Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG), centrais sindicais, movimentos sindical, sociais, populares, estudantis, do meio acadêmico que participaram da Plenária Estadual da Frente Brasil Popular Minas. O Plano foi lançado no sábado (10), na sede do Sindieletro-MG, em Belo Horizonte. Entidades de diversas cidades debateram e se organizaram para que a luta popular seja construída em todo o Estado de Minas Gerais.
O plano emergencial da Frente Brasil Popular mostra-se como uma forma de atuação contra esse golpismo, através de uma formação política popular dentro dos movimentos e sindicatos. “É importante que a militância chame o povo para rua de maneira organizada, pois somente assim conseguimos retirar esses governo golpista e implantar uma reforma política que seja popular”, disse Ênio Bohnenberger, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), na Plenária Estadual da Frente Brasil Popular.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Frederico Santana Rick, do Comitê de Igrejas da Frente Brasil Popular, comenta o projeto e explica melhor as propostas. “Proposta do plano é muito simples. Nós acreditamos que a crise instalada no país, a crise social, fundamentalmente, mas também a econômica e política, não é uma inevitabilidade. Ela é fruto de decisões que estão sendo tomadas pelo governo de Michel Temer que aprofundam a crise. Um conjunto de medidas que revertem este processo da crise, através de estimulo à economia. Um país do tamanho que temos, com quantidade de riqueza que temos, com um povo trabalhador, com o parque industrial instalado considerável é possível crescer. São medidas realizáveis, concretas que podem melhorar e muito as condições de vida da população brasileira sem a retirada de direitos, completamente o oposto do que o govern Temer propõe”,
Uma das medidas, segundo Frederico Santana Rick, é a taxação de impostos sobre grandes fortunas, no caso acima de R$ 300 milhões. “A taxação de grandes fortunas é um imposto previsto na maior parte dos países do continente europeu. Não é uma invenção do Plano Popular de Emergência. Temos países vizinhos ao Brasil que também taxam as grandes fortunas. É uma questão de solidariedade entre as classes de uma determinada sociedade. E também é uma maneira de conter o grande nível de desigualdade social do país. É perfeitamente realizável e aplicável. A proposta do plano não é absurda, taxaria menos 0,5% da população brasileira e geraria um contingente razoável de recursos para o orçamento nacional que permitiria saltar, em muito, os nossos investimentos em educação, saúde, saneamento e segurança.”
“E tem várias outras medidas que, de modo geral, contribuem para geração de emprego, contribuem para melhorias das condições de vida, como o próprio reajuste do bolsa-família, a redução da jornada de trabalho. É claro que reduzindo a jornada de trabalho, você aumenta o número de vagas. A ampliação do programa Minha Casa, Minha Vida; a proteção de micro e pequenas empresas. Todas estas medidas estão condicionadas à saída do Temer. Esta é uma bandeira que unifica, precede ao próprio plano popular. A saída do Temer e eleições direitas. Nós não acreditamos que tem saída para crise, seja econômica, política ou social com este governo que está aí. Então é preciso, antes de mais nada, a gente retomar a soberania popular”, afirmou Frederico Santana Rick.
“Este governo não tem mais condições de se sustentar. É visível a crise do governo, já não vai mais conseguir aprovar as reformas que gostaria, como desmonte da Previdência, reforma trabalhista, terceirização. Ele se tornou inviável pelos próprios atores políticos e econômicos que colocaram Temer lá, com o objetivo de retirada de direitos. E da mesma maneira a população demonstrou claramente que está reagindo contra a retirada de direitos. A gente vem num crescendo nas mobilizações. Veio de uma greve geral bastante vitoriosa, que 35 milhões de pessoas que pararam no dia 20 de abril. Na sequência tivemos um grande ato show pelas Diretas, já muito grande no Rio, na Praia de Copacabana. Na semana anterior, tivemos um grande ato em São Paulo. A tendência é seguirmos neste crescendo. No próximo dia 16, um grande ato-show em Belo Horizonte, e na sequência uma greve geral no dia 30. A Frente Brasil Popular tem aglutinado muitas forças em torno deste calendário de mobilizações e deste Plano Popular de Emergência”, concluiu Frederico Santana Rick.
Fonte: CUTMG
Deixe um comentário