Dia 16 de abril o Sindicato dos Metalúrgico de BH/Contagem e região fará uma solenidade na sede da instituição, em celebração aos 50 anos da Greve dos Metalúrgicos da Contagem em 1968, a primeira greve durante a ditadura militar.
O evento terá início às 18h00, e tem a presença confirmada do governador Fernando Pimental, da deputada estadual, Marília Campos (PT), do deputado federal Patrus Ananias, do Nilmário Miranda e de vários personagens que fizeram parte da greve de 1968.
O Sindicato fina na rua Camilo Flamarion, 55, Jardim Industrial, em Contagem.
O que foi a greve de 1968?
No dia 16 de abril de 1968, Após o golpe militar e com o processo de intervenções e caça de direitos civis e sociais, operários da siderúrgica Belgo-Mineira de Contagem, desafiando a lei antigreve, cruzaram os braços reivindicando reajuste salarial de 25%. Esta foi a primeira greve depois do golpe e surpreendeu a ditadura. Ela foi articulada pelo Sindicato que estava sob intervenção do Ministério do Trabalho.
É neste cenário que a classe operária mineira se mobilizou e em março de 1968, cerca de 1.200 trabalhadores compareceram ao ato que criou o Comitê Intersindical Antiarrocho em Minas Gerais. Era grande a insatisfação da sociedade e dos trabalhadores com a política de achatamento salarial e a caça aos direitos sociais.
Diante da greve dos trabalhadores da Belgo, que reivindicavam reajuste de 25%, A empresa fez uma contraproposta para um reajuste de 10%, que foi rejeitada em assembleia e no terceiro dia, a greve da Belgo ganhou adesão dos trabalhadores da Mannesmann, RCA, SBE e de outras indústrias da região.
A fim de tentar retomar o controle, o ministro do trabalho Jarbas Passarinho, tentou de várias formas conter o movimento.
A persistência dos trabalhadores provocou uma violenta reação do governo. A polícia militar ocupou as ruas de Contagem reprimindo qualquer tentativa de assembleias e aglomerações operárias.
Frente à amplitude e organização do movimento e o risco de espalhar-se por outros centros industriais, o Ministro é obrigado a recuar atendendo parte das reivindicações salariais e concedendo assim um reajuste de 10%, fora da data pré-determinada. O presidente-militar Costa e Silva assinou um decreto e dez dias depois anunciou a extensão deste aumento para todos os trabalhadores do Brasil.
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