Quando é avaliado o desempenho pessoal de Temer, o índice negativo aumenta: 82,5% desaprovam. Com índice recorde de impopularidade, mais de 13 milhões de desempregados e corte dos investimentos públicos, o governo de Michel Temer decidiu fazer um balanço de dois anos do golpe no qual afirma que sua gestão “gerou empregos e cortou gastos”.
De acordo com o Planalto, o governo criou 56 mil empregos em março e que, acumulado do ano, já houve crescimento de 204.064 postos de trabalho, segundo o Caged. A população ocupada – 92,1 milhões de pessoas – aumentou em 1,84 milhão no trimestre de outubro a dezembro de 2017, em comparação com o mesmo período de 2016, de acordo com dados da PNAD Contínua, do IBGE.
No entanto, dados do mesmo IBGE, divulgados no final de abril, mostram que a taxa de desemprego alcançou 13,1% no primeiro trimestre de 2018; isso significa a soma de mais 1,4 milhão de pessoas no contingente de desempregados.
Já o número de trabalhadores com carteira assinada caiu 1,2% frente ao trimestre anterior, – uma redução de 408 mil pessoas – e o número de trabalhadores com carteira atingiu o menor nível da série histórica, iniciada em 2012.
Mas na bolha de Temer, o Brasil caminha de vento em popa. “Estamos recuperando um passivo de mais de dez anos de uma política econômica equivocada e que levou o país à sua maior recessão da história”, afirmou o governo, em nota.
No entanto, no governo FHC, o desemprego era de 10,5% em dezembro de 2002. Quando Lula assumiu o governo, esse índice baixou para 5,3% em dezembro de 2010. E no final do primeiro mandato de Dilma, o percentual era de 4,3% em dezembro de 2014.
Junto com o desemprego, o país enfrenta uma agenda de desmonte do Estado social e do patrimônio brasileiro, trazendo o retrocesso. De acordo com dados do IBGE, os constantes aumentos do preço do gás de cozinha elevaram de 16,1% para 17,6% a parcela de lares que passaram a utilizar carvão ou lenha em substituição ao gás. Significa dizer que mais de 1,2 milhão de brasileiros deixaram de utilizar o gás de cozinha apenas no ano passado.
Cortes
Impondo a Emenda 95, que congela os investimentos públicos por 20 anos, o governo Temer disse que não cumpriu a promessa de priorizar pesquisa e desenvolvimento tecnológico porque teve que “contingenciar gastos”.
“Como, hoje, mais de 90% do orçamento federal corresponde a despesas obrigatórias, resta ao governo a obrigação de contingenciar os outros menos de 10%”, disse. “Esse contingenciamento atingiu a todos os órgãos da União”, acrescentou.
O orçamento para ciência e tecnologia em 2018 é o mais baixo da última década. A situação piorou desde 2016, após a fusão do Ministério da Comunicação com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, sem aumentar os recursos. Para este ano, estão previstos R$ 3 bilhões, valor que representa um corte de R$ 1 bilhão em relação a 2017.
Para a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), não há motivos para comemorações. “Nestes dois anos de desgoverno, só houve retrocessos e ataques ao povo trabalhador. Nada de parabéns, apenas pêsames”, disse ela. As informações são do portal Vermelho.
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