Em conferência, metalúrgicos do Brasil e Alemanha debatem o trabalho do futuro

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“A quarta revolução industrial está trazendo uma mudança estrutural que consolida a desigualdade social e econômica.” Está é a avalição de Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), no painel sobre o trabalho do futuro da 5ª Conferência Expressões da Globalização nesta quinta-feira (13). O evento, que acontece em Guarulhos (SP), reúne metalúrgicos da Alemanha, Brasil, Argentina, México e Uruguai.

A Conferência, que tem como tema “O futuro do trabalho e da Organização dos Trabalhadores na Geopolítica Mundial”, é uma realização da Fundação Hans Böckler (FHB), organizada pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), em parceria com o Instituto Integrar e o IG Metall (Sindicato dos Metalúrgicos da Alemanha).

Clemente também lembrou da reforma trabalhista do governo Temer que retirou direitos e flexibilizou as relações de trabalho no país. “Empresários contratam e demitem sem proteção sindical. Esta reforma promove um verdadeiro desmonte na legislação que garantia o mínimo de segurança, salubridade e estabilidade ao trabalhador. E nos próximos anos, viveremos um aprofundamento dessas novas relações”, afirmou.

Em sua intervenção, Moritz Niehaus, do Departamento do Futuro do Trabalho do IG Metall, o sindicato atua para participar da introdução de novas tecnologias nas fábricas, analisando como afetará a vida do trabalhador. “Esta nova indústria com avanços tecnológicos traz racionalização e substitui empregos, redução nos intervalos de descanso e aumento na jornada de trabalho. Além disso, a digitalização tem sido usada para reduzir o diálogo com os sindicatos”, criticou.

Já o presidente da comissão de fábrica Schrader, Frank Kirchner, mostrou uma pesquisa sobre os locais na empresa em que a digitalização poderia ser implementada. “Envolveram especialistas e trabalhadores de diversas áreas da empresa. Digitalizaram as áreas internas da empresa para permitir que todos os trabalhadores pudessem ter acesso e capacidade de compreender os processos na empresa. O IG Metall ajudou em todo este processo e falta pouco para que este projeto se torne um aplicativo”, contou.

Indústria 4.0 e o futuro do trabalho
Ainda pela manhã, os trabalhadores discutiram o futuro do trabalho e seus impactos e desafios para a classe trabalhadora da América Latina e Alemanha. Informações da CNM CUT.

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