CNM/CUT debate construção de Contrato Nacional de Trabalho justo para categoria

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Por Leandro Souza Gomes. Editado por CNM/CUT

Dirigentes sindicais metalúrgicos de todo o país participaram, na manhã desta quinta-feira (24), da Plenária Nacional das Campanhas de Negociações Coletivas, promovida pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT).

Com o objetivo de contribuir com o fortalecimento dos instrumentos de proteção dos direitos dos metalúrgicos e metalúrgicas, na criação de um Contrato Coletivo Nacional de Trabalho, a CNM/CUT convidou o professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Mello, e o presidente da CUT Brasil, Sérgio Nobre.

Eles falaram sobre alguns temas importantes para garantir de fato um documento único e nacional capaz de cumprir seu papel social de proteção e ampliação dos direitos dos trabalhadores, além de pensar no bem estar social da categoria e de toda população.

O momento da campanha salarial e da construção do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT), segundo Sérgio, é um momento extraordinário de debate com a categoria, não só sobre a as cláusulas trabalhistas, mas também sobre o que está acontecendo no país.

“O debate com quem está empregado é fundamental para alerta-lo que se ele não lutar o desemprego e a miséria vão chegar nele. O Brasil chegou à situação atual por causa da indiferença e do individualismo e devemos contribuir para mudar o rumo do país”, argumentou Nobre.

Mudanças precisam ser levadas em consideração
Guilherme Mello falou sobre os conceitos da nova estrutura produtiva, de transição ecológica, transição energética, transição digital, frentes de expansão e missões sociais ambientais, mostrando que o mundo e o país passam por importantes transformações.

Para ele, para construir o Contrato Coletivo Nacional de Trabalho é fundamental conhecer a fundo todas essas mudanças, para ser possível formatar um documento capaz de cumprir seu papel social de proteção e ampliação dos direitos dos trabalhadores.

Eleições 2022
Mas para que o país seja competitivo, atraia investimento estrangeiro e realmente seja um ator participante dessa transição, é importante ter na presidência um governo progressista, falou o presidente da CUT Brasil.

Nobre chama a atenção para não “baixar-a-guarda” e fortalecer a luta pela eleição de um governo progressista. “A batalha vai se dá muito forte nas ruas, mas também nas redes sociais. As redes serão decisivas de novo. Nossa prioridade é criar organização nos locais de trabalho e nos bairros, são os comitês em defesa da vida e do emprego”.

Sérgio Nobre disse que se Bolsonaro ou Moro vencerem às próximas eleições, “pode ter certeza que, a CUT e o movimento sindical atual não cabem no Brasil deles.

“O que eles querem na verdade é vender todas as estatais, entregar as riquezas do solo. O modelo sindical que eles querem é um modelo totalmente livre, onde será possível criar sindicato do jeito que se quiser, introduzindo uma bagunça generalizada”, disse.

Indústria 4.0
O professor da Unicamp prevê que a indústria 4.0 vai ter impacto tanto no próprio setor industrial, quanto no mundo do trabalho.

“É muito importante entrar nesse ciclo de transição digital e evolução tecnológica como ator participante da produção desse ciclo e não somente como mero consumidor”, ressaltou.

Questão ambiental
Segundo Guilherme, a questão ambiental tem que ser tratada como uma grande oportunidade, “isso porque EUA, Europa e China estão com planos que envolvem recursos abundantes para a questão ambiental, voltados para pesquisa, ciência, desenvolvimento, tecnologias, mas também para o fortalecimento dos setores produtivos ligados ao processo de descarbonização da economia”.

“É fundamental enxergar a transição ecológica como uma enorme oportunidade de impactar no crescimento e geração de emprego e renda no curto prazo, mas também no longo prazo, com mudança na estrutura produtiva, no desenvolvimento de novas tecnologias. O vetor ambiental entrou definitivamente como um dos motores do desenvolvimento, seja para a retomada do crescimento, seja para a transformação estrutural”, disse Mello.

Encerramento
Diante de toda a apresentação do Sérgio Nobre, do professor Guilherme Mello e dos dados levantados na pesquisa realizada pelo Luís Vitagliano, sobre o perfil, a movimentação e a relação do trabalhador com o Sindicato, foram criados encaminhamentos para a construção do Contrato Coletivo Nacional de Trabalho.

Paulo Cayres, presidente da CNM/CUT, finalizou o encontro homenageando os profissionais do SUS (Sistema Único de Saúde) pelos serviços prestados durante toda a pandemia da Covid-19.

“Em quem que eu quero me inspirar na nossa luta deste ano? Nos funcionários do SUS. Esses profissionais pularam no rio sem saber nadar e sem boia. Eles foram e são guerreiros para salvar as nossas vidas”, lembrou Cayres.

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