Encontro de formação organizado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e região, com apoio da FEM/CUT-MG, trouxe importantes dados para serem trabalhados durante as negociações da campanha salarial unificada dos Metalúrgicos de Minas.
Carlos Wagner, economista do Dieese, fez um apanhado geral sobre o mercado de trabalho, as negociações coletivas pelo país e os índices de inflação.
Segundo o economista, depois de ultrapassar os dois dígitos nos últimos meses, corroendo o poder de compra da população, algumas medidas adotadas na véspera da eleição tem freado a inflação.
O INPC acumulado nos últimos 12 meses encerrados em julho registrou 10,12%. A previsão para agosto é de 8,82% e para outubro é 7,89%.
Mesmo com essa redução, segundo Wagner, a inflação da alimentação e bebida se manteve em alta, registrando, nos últimos 12 meses, crescimento de 14,63%. A alimentação no domicílio registrou 16,73%.
Emprego
Segundo dados do Caged, houve pequeno crescimento na geração de emprego no setor metalúrgico. De janeiro a julho deste ano, no Brasil, o setor metalúrgico saiu de 1.758 milhões de pessoas empregadas para 1.805 milhões.
Em Minas Gerais, em janeiro eram 213 mil empregados no setor metalúrgico, em julho o registro foi de 219 mil.
Negociações
Das 10 mil negociações de metalúrgicos analisadas de janeiro a julho deste ano, no Brasil, se registrou o valor médio de piso salarial de R$1.482,11. Sobre a reposição salarial, 35,4% dos acordos tiveram reajuste igual ao INPC, 20,7% acima da inflação, e 43,9% abaixo.
Wagner ressaltou que durante boa parte dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) o registro de negociações abaixo da inflação era quase nulo. Ele aponta como culpado o golpe contra a Dilma e os retrocessos trabalhistas e econômicos implantados após o golpe.
Wagner finalizou lembrando-se da importância das convenções coletivas, principalmente diante de um cenário de políticas neoliberais e ataque aos direitos trabalhistas.
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