Neste Setembro Amarelo, é importante reforçar a importância de sensibilizar e mobilizar os trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos/as sobre os riscos à saúde mental.
O número de afastamentos por transtorno mental só cresce. Os motivos são os mais variados, mas metade deles é por ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. Em 2015, foram afastados 170.830. Em, 2020, foram 289.677. Isso sem contar as subnotificações.
Entre as 100 CIDs (Código Internacional de Doenças) de transtornos mentais, três se destacaram mais intensamente com percentuais elevados de transtornos mentais entre os trabalhadores. De acordo com pesquisas internacionais, o risco de suicídio é muito maior em pessoas com transtorno mental. O total de óbitos no país por lesões autoprovocadas dobrou de cerca de 7.000 para 14 mil nos últimos 20 anos, segundo o Datasus, sem considerar a subnotificação. Isso equivale a mais de um óbito por hora, superando as mortes em acidentes de moto ou por HIV.
As causas do surgimento ou da intensificação de problemas relacionados à saúde mental no ambiente de trabalho são inúmeras e podem ser evitadas, mas muitas vezes as pessoas nem se dão conta dos riscos.
Quando traz este problema para a categoria é importante lembrar que os metalúrgicos e as metalúrgicas, por exemplo, estão inseridos(as) em diversos segmentos e muitas vezes estão expostos(as) a diversos fatores de riscos a sua saúde física e mental nos ambientes de trabalho.
“Precárias condições de trabalho, ritmo de trabalho intenso, assédio moral e sexual, violência no trabalho, baixo salários, ameaça desemprego, jornadas exaustivas, atividades estressantes, eventos traumáticos, discriminação, perseguição da chefia e metas abusivas, falta de treinamento e treinamento insuficiente, máquinas sem proteção, entre outros, podem comprometer a saúde mental de tal maneira, levando a tristeza, ansiedade, depressão e até mesmo ideação e precisamos falar disso sem medo e sem preconceito”, explicou.
A Professora e Pesquisadora em Psicologia Organizacional e do Trabalho na Universidade Federal da Bahia (UFABC), Juliana Camilo, ressaltou que não é o trabalho que adoece, são as condições, como foi ressaltado acima.
Ela disse que a execução do trabalho tem de ser fonte de vida, de prazer e de encontro com o coletivo, com a sua subjetividade e a sua inteligência, mas ela compara as condições dignas de trabalho com os pilares do trabalho decente, que protege os direitos e princípios fundamentais do trabalho, a promoção do emprego de qualidade, a extensão da proteção social e o diálogo social. Juliana também fala sobre a importância do sindicato neste debate:
“A contemporaneidade vem exigindo cada vez mais a proximidade dos sindicatos em uma ação não apenas com os trabalhadores, nos quais ela representa, mas para todo o entorno da comunidade. Os sindicatos são necessários e eles precisam se aproximar dos trabalhadores e trabalhadoras da sociedade, contar para população o que de fato o sindicato faz, qual é a sua proposição e a função dele para que juntos consigam condições ideias de um trabalho decente”, destacou.
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