O metalúrgico gaúcho Loricardo de Oliveira é o novo presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT). A eleição da nova diretoria ocorreu na abertura do 11º Congresso da entidade “Reconstruir o Brasil de forma sustentável e humanizada com trabalho decente, soberania, renda e direitos”, realizado em Guarulhos (SP).
Metalúrgico há mais de 25 anos, Loricardo é trabalhador metalúrgico de Campo Bom, da base de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Seu primeiro emprego foi como ajustador de peças. Em 1991 entrou para a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo (RS), onde construiu sua trajetória até chegar na CUT-RS em 2006. Em 2011, foi eleito para a diretoria da CNM/CUT, para seis anos depois substituir João Cayres na secretaria geral da entidade, cargo que mantinha até esse congresso. .
Em seu discurso de posse, o novo presidente destacou a campanha que a CNM/CUT quer encabeçar pedindo o impeachment do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em protesto pela política de juros nociva à economia brasileira. “Não vai ter indústria ou desenvolvimento nesse país se houver alguém botando o pé na porta e impedindo isso”, disse Loricardo.
Ele também afirmou que a eleição do presidente Lula é o momento propício para a classe trabalhadora colocar sua pauta na agenda de governo e fazer parte do processo de reindustrialização do país.
“Nós, da classe trabalhadora, temos rumo, que é o plano Indústria 10+. Queremos de volta o desenvolvimento ao país, mas com renda e trabalho decente. Queremos ver a indústria se desenvolver sem competição entre os estados, mas colocando todos em condições de igualdade, com empregos para todos e todas nesse país”, pontuou.
Loricardo também salientou a importância de ter mais jovens e mulheres na composição da nova diretoria da entidade (Veja a lista completa da chapa eleita abaixo). Ele enxerga como desafios futuros a busca pelo contrato coletivo nacional e melhorar a organização no local de trabalho.
Responsabilidade social
O agora ex-presidente, Paulo Cayres, conduziu a assembleia de votação que referendou a chapa eleita. Em seu discurso de despedida do cargo, ele relembrou o último Congresso, realizado em 2019, quando a pauta da categoria era a defesa de Lula Livre e comparou a conjuntura atual, onde, depois de muita luta do movimento sindical e social, Lula pode ser solto e reeleito pela terceira vez presidente da República.
Em um discurso enfático, Paulão conclamou os sindicalistas a irem além da defesa da pauta trabalhista e se engajarem também na luta por justiça social e direitos humanos. “Esse espaço aqui não pode ser contaminado pelo racismo, fascismo, feminicídio e homofobia”, alertou o dirigente.
Ele recordou o recente caso de racismo ocorrido dentro de loja do grupo Carrefour, na Bahia, como mazela a ser combatida dentro da sociedade e disse que o movimento sindical precisa assumir sua responsabilidade de luta nesses momentos, pois é seu papel como integrante do campo de esquerda.
Sindimetal na CNM/CUT
Entre os membros da nova diretoria da CNM/CUT, vale destacar os nomes dos diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem e região, Mário Henrique, eleito para o cargo de secretário de política sindical e Heraldo Ferreira, reeleito para a secretaria de comunicação. Margareth Gonçalves e Marco Antônio, também da diretoria do Sindimetal, também foram eleitos na diretoria plena.
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