METALÚRGICOS LUTAM PARA QUE PATRÕES NÃO DEIXEM TRABALHADORES SEM DIREITOS

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Em defesa dos trabalhadores da antiga fábrica Flender, o Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte e Contagem (MG) luta para que a empresa não retire de seu pátio as máquinas que estão apreendidas judicialmente (arrestadas ou penhoradas) para pagamento de dívidas de rescisão com mais de 80 metalúrgicos.

Além disso, a Justiça do Trabalho em Contagem expediu mandado na quarta-feira (23) advertindo a empresa a não mais retirar máquinas do pátio e a devolver as que foram subtraídas no prazo de 72 horas sob pena de pagamento de multa no valor de R$ 100 mil reais.

O Sindicato já havia acionado a justiça para fazer a Flender cumprir mandato que não permite a saída das máquinas e, mesmo que a empresa conseguisse alguma decisão favorável na justiça autorizando a saída das máquinas, isso só poderia ser feito com acompanhamento de oficial de justiça, perito e representantes do Sindicato, o que não vem sendo respeitado pelos patrões.

“São quatro anos de enfrentamento com a empresa. O galpão já foi a leilão e o arrematante quer usar o espaço, porém existem as máquinas que estão penhoradas para pagar as rescisões com os trabalhadores. A empresa está tirando as máquinas na calada da noite mesmo com mandato judicial impedindo isso”, denunciou Heraldo Silva Ferreira, diretor do Sindicato.

Histórico

A Flender, que atualmente se chama Woodbrook Drive Systems Acionamentos Industriais Ltda, fabricava redutores de motores e seus maiores clientes eram mineradoras, como a Vale. Ela faliu por conta de má administração, em um processo que começou em 2001, quando foi vendida a um empresário que possuía fábricas em São Paulo e outros estados.

“A partir da venda, a situação na fábrica foi piorando, com ela ficando endividada até que em 2013 ela parou de depositar o fundo de garantia aos trabalhadores, inclusive já ganhamos na justiça um processo sobre isso”, conta Heraldo.

A partir de 2017 a empresa começa a atrasar o pagamento dos salários aos trabalhadores. As dívidas de atraso de salário estão em torno de R$ 3 milhões de reais, e de verbas rescisórias são aproximadamente R$ 14 milhões.

“Agora a empresa alega que vendeu as máquinas para outra fábrica em São Paulo, sendo que essa nova empresa também faz parte do grupo que administra a Flender. Nós estamos nos organizando para ir a essa fábrica, que fica em Araraquara, para protestar contra esse golpe que os trabalhadores estão levando”, afirmou o sindicalista.

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