Em Joinvile (SC), metalúrgica Duque dá calote e trabalhadores cobram intervenção do Ministério Público

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Os cerca de 900 trabalhadores da Metalúrgica Duque, em Joinville, começaram o ano de 2014 da mesma forma que terminaram 2013: sem salários e sem saber como será o futuro.

Com as atividades paralisadas desde dezembro, a empresa coleciona pendências perante os trabalhadores há mais de três anos, com o atraso no depósito do fundo de garantia e o corte em vários benefícios.

A situação piorou em 2013, quando os salários de agosto, setembro e outubro foram pagos somente após a categoria cruzar os braços. A partir de novembro, os vencimentos deixaram de ser pagos e no início de dezembro a empresa interrompeu a produção e noticiou que os trabalhadores permaneceriam de licença remunerada até a retomada das atividades em janeiro.

Mas, no dia 6 de janeiro, quando os trabalhadores chegaram para trabalhar no turno das 4 horas, com a esperança de que tudo estivesse resolvido, encontraram o portão lacrado e protegido por seguranças, sendo informados que ninguém poderia entrar na fábrica.

Diante da situação e após as frustradas tentativas do Sindicato dos Mecânicos de Joinville de negociar com a empresa desde o final de 2013, apenas na tarde do dia 7 os trabalhadores foram recebidos pelo proprietário da empresa, Mário Hagemann, após atuação do Ministério Público do Trabalho que possibilitou a realização da reunião entre uma comissão dos trabalhadores, sindicato e a empresa.

A proposta, porém, beirou o desrespeito: além do pagamento de novembro ser realizado em 30 de janeiro, o de dezembro seria efetuado em 28 de fevereiro, junto com 25% do 13º salário, o qual foi pago pela metade. Os demais 25% seriam pagos apenas em 30 de março.

Além disso, para quitar os compromissos, Hagemann alegou que precisaria do retorno dos funcionários ao trabalho ao longo do mês de janeiro, proposta rejeitada em assembleia pelos trabalhadores.

“Os trabalhadores não aceitarão voltar a produzir sem receber seus salários. Isso é inviável”, disse a diretora do Sindicato dos Mecânicos de Joinville, Liliana Piscki Maes.

Também dirigente da CUT-SC e funcionária da Metalúrgica, ela destacou que Hagemann apontou para a demissão de trabalhadores e ofereceu implementar um plano de demissão voluntária (PDV), caso não houvesse recuperação total da produção.

Liliana cobrou ainda agilidade do Ministério Público para interver na situação e fazer com que a Metalúrgica Duque pague as pendências e permita, assim, a retomada das atividades.

O sindicato convocou outra assembleia para esta sexta-feira (10), às 14 horas, diante do portão da empresa.

Escrito por: Luiz Carvalho

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