Paralisações, protestos e avisos de greve pressionam empresários em campanhas salariais

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Metalúrgicos da CUT intensificam mobilizações na luta por suas reivindicações. Patrões oferecem reajustes abaixo da inflação em SP, MG e em quatro cidades gaúchas.

Metalúrgicos cutistas de São Paulo, Minas Gerais e de quatro cidades gaúchas estão ampliando a mobilização para assegurar reajuste com ganho real e ampliação de cláusulas sociais em suas campanhas salariais.

Em São Paulo, depois de intensificarem a mobilização e entregarem aviso de greve aos empresários, os metalúrgicos da CUT de São Paulo retomam a partir desta quarta-feira (17) as negociações da Campanha Salarial com os seis grupos patronais.

Na base de todos os 14 sindicatos representados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP), trabalhadores de dezenas de empresas realizaram paralisações parciais e protestos desde a última semana, depois que os empresários ofereceram reposição salarial inferior ao índice de inflação, que é de 6,4%. Os aumentos salariais oferecidos pelos grupos patronais ficavam entre 4,5% e 5%, índices rejeitados pelos trabalhadores, que querem reposição integral da inflação e aumento real.

Em Pindamonhangaba, por exemplo, hoje (16), foi deflagrada greve na Confab (foto acima). A data-base da categoria paulista é 1º de setembro.

Em Minas Gerais, os trabalhadores também rejeitaram a proposta patronal, de reajuste inferior à inflação e de forma parcelada, oferecida pela Federação das Indústrias às três federações de metalúrgicos na primeira rodada de negociação (5,5% em duas parcelas para empresas com mais de 50 funcionários e 5% para empresas com menos de 50).

Em Sapiranga, onde a situação é semelhante à de Novo Hamburgo, o Sindicato está convocando assembleia geral para esta quinta-feira (18) para avaliar se a categoria deve construir nova proposta à bancada patronal. A entidade tem promovido protestos, acampamentos e paralisações por fábricas já há algum tempo. Na semana passada, as greves duraram dois dias e houve acampamentos nas portas das empresas. “A Campanha está longa, mas não podemos abrir mão dos nossos direitos. Se precisar, faremos uma greve geral na base”, disse Mauri Schorn, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos.

Em Canoas, a estratégia do Sindicato foi a de buscar acordos por empresa, já que também encontrou resistência por parte da entidade patronal. Segundo Cledenir Dias Paim, diretor do Sindicato, 70% dos metalúrgicos já conseguiram garantir aumento de 8%. Agora, ainda de acordo com o dirigente, o Sindicato não descarta a via judicial para assegurar que os demais trabalhadores da base consigam garantir aumento decente, já que os empresários estão resistindo em firmar acordos coletivos.

Vale lembrar que estes três Sindicatos negociam em separado porque os empresários são representados por entidades locais. No restante do Estado, os sindicatos com data-base em 1º de maio são representados pela Federação Estadual dos Metalúrgicos nas negociações com a Federação das Indústrias.
Já em São Leopoldo, as paralisações por empresa também foram intensificadas. Os trabalhadores estão aguardando retorno da assembleia patronal, que acontece nesta quinta-feira (18), para que nova rodada de negociação seja realizada com o Sindicato dos Metalúrgicos. “Os empresários alegam que a indústria não está crescendo e que o reajuste reivindicado é muito alto”, disse Loricardo de Oliveira, secretário de Política Sindical da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT e diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo.

A data-base dos metalúrgicos da cidade é 1º de julho, mas, de acordo com Loricardo, a categoria está disposta a lutar por suas reivindicações até que o patronato ofereça proposta satisfatória.

Fonte: CNMCUT

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