Os funcionários de bancos da região decidiram entrar em greve a partir da próxima terça-feira (30). A paralisação foi definida em assembleia realizada nesta quinta (25), na sede do Sindicato dos Bancários do ABC, no centro de Santo André.
Diversas assembleias foram realizadas simultaneamente em todo o País, todas com o mesmo resultado. Trabalhadores de capitais (como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Belo Horizonte) e de vários Estados (como Espírito Santo, Ceará, Mato Grosso, Sergipe e Rio Grande do Norte) também decidiram cruzar os braços no dia 30.
O ABC conta com cerca de 7 mil bancários, que trabalham em aproximadamente 400 agências. Como costuma ocorrer nas greves da categoria, a mobilização deve atingir com mais força os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil.
A proposta votada nesta quinta-feira previa reajuste salarial de 7,5% (aumento real de 1,08%) para o piso da categoria e de 7% (aumento real de 0,61%) para os demais cargos, mas os bancários defendem um ganho de 12,5%, com aumento real de 5,8%.
“Foi uma proposta indecente da Fenaban [Federação Nacional dos Bancos], não condiz com a situação dos bancos, que podem oferecer algo muito melhor. O que foi oferecido é insuficiente para a categoria”, critica o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson Lopes Francisco.
O Comando Nacional dos Bancários já havia se posicionado contra a proposta de reajuste salarial na sexta-feira passada, mas incentivou os 134 sindicatos que representa no País a convocarem assembleias e votarem sobre o assunto. Com o slogan “Queremos Mais”, orientou os associados a rejeitarem a proposta.
No ano passado, a greve durou 23 dias na região, se tornando a maior mobilização da categoria nos últimos 20 anos. Desde 2004, em todos os anos, os bancários do ABC cruzaram os braços.
Na próxima segunda-feira (29) os bancários da região realizam nova assembleia para definir as estrategias da paralisação que terá início na terça.
Outras demandas
Além do aumento de 12,5%, os bancários reivindicam também PLR (Participação nos Lucros e Resultados) de três salários mais R$ 6.247, piso de R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese), 14º salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.
“Precisamos avançar na garantia do emprego, na saúde e segurança do trabalhador e no índice de reajuste”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson.
De acordo com a entidade, 314 profissionais da região foram demitidos ou pediram demissão no primeiro semestre deste ano.
A campanha salarial desse ano teve início no dia 28 de agosto. A média salarial dos trabalhadores da categoria no ABC é de R$ 4.500,65. Em 2013 o valor era de R$ 4.154,97.
Fonte: RD
Deixe um comentário