Vitória dos bancários

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Bancárias e bancários da base de BH e região aprovaram nesta segunda-feira, 6, em assembleias realizadas no Sindicato e no Hotel Dayrell, no centro de Belo Horizonte, as propostas apresentadas pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), pela Caixa e pelo Banco do Brasil no dia 3 de setembro. Na nona rodada de negociação, a Fenaban apresentou índice de reajuste de 8,5% nos salários e demais verbas salariais, de 9% nos pisos e 12,2% no vale-refeição. Com a aprovação das propostas, a categoria encerrou a greve.

A proposta específica da Caixa incluiu a aplicação do reajuste de 9% em todos os níveis das tabelas salariais de cargo efetivo, a contratação de mais dois mil empregados até dezembro de 2015, a ampliação do vale-cultura para quem tem salário igual ou inferior a oito salários mínimos e o pagamento de 100% de horas extras realizadas nas agências com até 20 empregados, inclusive para os tesoureiro.

Já a proposta apresentada pelo Banco do Brasil também conta com avanços, como o reajuste maior no piso refletindo na tabela de antiguidade do PCR e também na carreira de mérito e a volta da substituição dos gerentes de módulo nas PSO e nas agências que têm somente uma gerência média.

Para Eliana Brasil, presidenta do Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região, apesar de ter curta duração, esta foi uma greve de grandes resultados. “A categoria está de parabéns pela garra e pela determinação com que paralisou as atividades de centenas de unidades de trabalho nos últimos dias. Conseguimos uma proposta que contempla aumento real, reajuste maior do vale-refeição e importantes avanços no combate às metas abusivas, entre outras conquistas. Esta foi mais uma Campanha Nacional vitoriosa que honra a tradição de luta da categoria bancária”, afirmou.

Combate às metas abusivas

Os bancos incluirão, na Convenção Coletiva, o compromisso de que “o monitoramento de resultados ocorra com equilíbrio, respeito e de forma positiva para prevenir conflitos nas relações de trabalho”. Trata-se de mais um passo no combate às metas abusivas, que tem provocado adoecimento e afastamento de bancários.
Além disso, a cobrança de metas passará a ser proibida não somente por SMS, mas também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.

Dias parados

A Fenaban propôs a compensação dos dias parados durante a greve, na forma de uma hora por dia no período de 15 de outubro a 31 de outubro, para quem trabalha seis horas, e uma hora por dia no período entre 15 de outubro e 7 de novembro, para quem trabalha oito horas.

Outros avanços

A proposta aprovada inclui ainda os avanços apresentados pelos bancos ao longo das negociações sobre saúde e condições de trabalho, tais como:

Certificação CPA 10 e CPA 20 – Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.

Adiantamento de 13º salário para os afastados – Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.

Reabilitação profissional – Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.

Gestantes – As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.

Casais homoafetivos – Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.

Novas tecnologias – Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
Campanha sobre assédio sexual – Os bancos assumiram o compromisso de realizar uma campanha junto com os bancários para combater o assédio sexual no trabalho.

Proposta econômica aprovada pelos bancários

Reajuste – 8,5% (2,02% de aumento real)
Piso portaria após 90 dias – 1.252,38 (9,00% ou 2,49% de aumento real)
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.796,45 (2,49% acima da inflação)
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.426,76 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando reajuste de 8,37% e 2,37% de aumento real)
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.837,99, limitado a R$ 9.859,93. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.691,82
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.675,98

Antecipação da PLR

Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.102,79, limitado a R$ 5.915,95 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.837,99.

Auxílio-refeição – R$ 26,00 (R$ 572,00 ao mês), reajuste de 12,2%.
Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 431,16. (Somados, os auxílios refeição e cesta-alimentação resultam em R$ 1.003,13 por mês, o que representa reajuste de 10,76%).
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 358,82.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 306,96.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 139,44.
Requalificação profissional – R$ 1.227,00.
Auxílio-funeral – R$ 823,30.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 122.770,20.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 85,94.

Fonte: CUT-MG

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