Trabalhadores dos Correios fortalecem a greve em Minas Gerais

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Com o apoio da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) e de sindicatos que representam categorias do setor público, trabalhadoras e trabalhadores dos Correios reiteram a disposição de seguir em greve por tempo indeterminado, em assembleia realizada nesta quinta-feira (21), em frente à Agência Central, na Avenida Afonso Pena, em Belo Horizonte. A paralisação, que começou às 22 horas da terça-feira (19), cresce a cada dia, principalmente no interior do Estado. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Sintect-MG), Robson Gomes da Silva, as unidades e agências estão paradas em 80 cidades. Nova assembleia está marcada para a próxima quarta-feira, 27 de setembro.

“Em nome da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT/MG) hipoteco todo o apoio à greve de vocês. A CUT, tanto a do Estado, quanto a Nacional, já se colocou à disposição, tanto pela justeza do movimento, como pelo fato de a luta das trabalhadoras e dos trabalhadores dos Correios faz parte de uma campanha permanente em defesa do se setor público. Os ataques que estão sendo feitos a esta categoria estão no dia-a-dia de outras categorias do serviço público. Não podemos realizar greves isoladas, por isso organizamos uma resistência coletiva. O que a empresa propõe é a diminuição das cláusulas, mesmo com a importância que os Correios têm para população brasileira. E sob ataque está o patrimônio do povo brasileiro: a Cemig, a Eletrobrás, a Petrobras, a Copasa, as universidades, a educação pública, o metrô. Para que os ataques não avancem, temos que construir uma greve geral. Todo apoio às categorias e ao serviço público”, disse Rosângela Gomes Soares da Costa, secretária de Comunicação da CUT/MG.

“A greve nasceu forte e se amplia a cada dia. Estamos sofrendo um ataque brutal. Querem nos tirar direitos fundamentais. E acrescentaram mais três cláusulas, como a alteração no tíquete-restaurante. Querem tirar o tíquete da mulher que estiver em licença maternidade. É uma crueldade. Temos que trazer mais gente. Todos e todas têm que estar nas ruas. Trinta sindicatos aprovaram a greve e, em Minas Gerais, 80 cidades aderiram. A greve se espalhou pelo interior. Governador Valadares, Montes Claros, Caratinga. Em Mantena fecharam toda a agência, a paralisação no Sul está forte. Pouso Alegre, Varginha e Extrema aderiram. A categoria entendeu que o ataque é cruel e a resposta precisa ser forte. Em Nova Lima, um dos setores mais importantes está todo parado. Justamente a agência que atende a burguesia que dirige todas as empresas de Minas Gerais. A categoria não vai arredar é enquanto não pararem os ataques”, afirmou Robson Gomes da Silva.

“A greve é longa, pois da diretoria da empresa e o governo golpista vão pagar para ver se temos força. E deve se estender no dia 26, quando trabalhadoras e trabalhadores do Rio de Janeiro e de São Paulo fazem assembleia para aderir ao movimento. E, depois, vamos para Brasília, para fazer um grande ato. Precisamos estar lá para pressionar. E manter a mobilização. Só um movimento forte vai dobrar a espinha dorsal da empresa”, acrescentou o presidente do Sintect-MG.

“A luta não é apenas das trabalhadoras e dos trabalhadores dos Correios. O governo golpista e ilegítimo de Michel Temer quer entregar as hidrelétricas, os Correios, e todas as empresas públicas. A privatização vai resultar em desemprego, aumento das tarifas. É um ataque à soberania nacional, ao patrimônio do povo brasileiro. Os Correios são responsáveis por várias políticas públicas e está possibilitando a distribuição gratuita de receptores para TV digital. A empresa está em todos os mais de 5 mil municípios do país. Por isso, distribui o material escolar, as provas do Enem, órgãos para transplantes. A greve precisa do apoio da população. Os serviços públicos não podem ser tirados do povo brasileiro. As escolas públicas, a Cemig, a Petrobras, as universidades são patrimônios do povo brasileiro”, concluiu Robson Gomes da Silva.

“A greve está numa crescente. Cada vez mais setores estão aderindo. E vai crescer ainda mais com a entrada das trabalhadoras e dos trabalhadores do Rio e de São Paulo. A categoria tende a engrossar o movimento para dar uma resposta ao Guilherme Campos (presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT) e uma resposta ao Temer, que tem interesse na terceirização para lucrar. Guilherme Campos já avisou que a meta é reduzir em 25 mil o número de trabalhadoras e trabalhadores dos Correios. Conseguiu tirar 8 mil. E a redução vai aumentar em 2018. O governo golpista e ilegítimo quer tirar o sustento de nossas famílias. Vamos a Brasília para mostrar que não deixaremos isso acontecer”, disse Irani Fernandes Leandro, diretora do Sintect-MG.

“Defender uma empresa pública é defender o Brasil. Não podemos deixar que coloque o patrimônio do povo nas mãos dos capitalistas, que só pensam no lucro. Estamos na luta em defesa dos bancos públicos e de todas as empresas públicas e do serviço público. É importante que a gente dialogue com a população. O governo golpista e ilegítimo está construindo um país para os ricos. É o momento de lutar pelas empresas públicas. Não estamos apenas defendendo o emprego e o salário. Os bancos estão sendo sucateados, com a diminuição dos postos de trabalho, fechamento de agências. Nossa luta é também conscientizar os nossos colegas e a população sobre a importância das estatais”, disse Rogério Tavares, que levou o apoio de bancárias e bancários ao movimento.

“Estamos aqui para prestar solidariedade ao movimento nos Correios. Só desta forma podemos demonstrar a nossa força para este governo. Só assim poderemos vencer. A situação de vocês é a mesma de todas as categorias do setor público”, afirmou Raimundo Bartolomeu Gonçalves Souza, diretor de base do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro-MG).

Fonte: CUTMG

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