Vítima do brutal sistema capitalista conta sua história

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Exemplo de luta, superação, força de vontade e dedicação. Estas palavras resume a história de vida do ex-metalúrgico da Engetron, Warlen Mateus Gomes, 43 anos, casado, pai de um casal de filhos e que teve a saúde dilapidada no chão da fábrica.

Apaixonado pelo futebol e amante do ciclismo, Warlen teve sua vida transformada depois que entrou para Engetron, em 1997.

Membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) desde sua chegada a empresa, o metalúrgicos lesionou sua coluna exercendo a atividade de Montador de Equipamentos Eletrônicos de Grande Porte.

Aos 29 anos, Warlen iniciou um longo e doloroso processo de tratamento em busca de reverter o seu quadro. Foram cinco cirurgias na coluna. Seu corpo rejeitou os parafusos colocados, houve agravamento pós-cirúrgico, ele ficou sem andar, evoluiu para cadeira de rodas, muleta e hoje caminha com o auxílio de uma bengala.

Ainda em tratamento, Warlen vai conviver com a dor por toda a vida, para amenizá-la, além de fazer uso de cinco tipos de medicamentos, ele carrega dentro do seu corpo um Eletro Neuroestimulador, que, através de micro choques, disfarça a dor. Hoje, somente 20 pessoas no Brasil utilizam este aparelho.

Além de todo o sofrimento clínico, Warlen travou, durante 8 anos, uma briga jurídica com a Engetron em busca dos seus direitos. E ele fez questão de ressaltar o importante papel do Sindicato dos Metalúrgicos de BH/Contagem na conquista dos seus benefícios, iniciado com o preenchimento do Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT), que a empresa recusou fornecer.

O departamento jurídico do sindicato foi o responsável por todo o processo. Depois de vencê-lo nas três instâncias, Warlen foi indenizado pela empresa em quase R$ 200 mil, conquistou uma pensão vitalícia e um plano de saúde pagos pela Engetron, além de ter sido aposentado pelo INSS.

“Se não fosse o apoio do sindicato, através do departamento jurídico, de saúde e do trabalho, eu não teria meus direitos respeitados, pois a empresa tentou de todas as formas fugir de suas responsabilidades, chegando ao ponto de forjar provas contra mim”, disse Warlen.

O caso do Warlen serviu para a Engetron ter mais cuidado e preocupação com a saúde dos trabalhadores (as). A empresa contratou um engenheiro do trabalho, que modificou toda a parte de ergonomia da fábrica, e equipamentos foram adquiridos para auxiliar e diminuir o esforço dos trabalhadores.

“Resolvi contar minha história para mostrar à classe trabalhadora a importância de um sindicato forte e combativo e da nossa consciência política. Eu confiei e busquei o sindicato e, através dele, tive meus direitos respeitados. Hoje querem acabar com os sindicatos, pois sabem da sua força. Nós, trabalhadores e trabalhadoras, devemos fortalecer cada vez mais o movimento sindical para conseguir combater as injustiças cometidas no chão das fábricas”, declarou Warlen.

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