Filas e enrolação no atendimento humilham segurados no INSS

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O Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) tem um telefone pra atender os segurados. É o 135. Mas esse número só atende (quando isso ocorre) ligações de telefones fixos. Se a pessoa ligar do celular paga pela chamada.

Hoje, se formam duas filas. A real, com a ida às agências de segurados em busca de orientações ou encaminhamentos, e a virtual. Domingo (19), O Estado de S. Paulo publicou página inteira sobre o drama. Diz o Estadão: “A fila de pedidos no INSS transbordou após a transformação digital do órgão, em 2018”. Além da falha no sistema, faltam funcionários.

Agora – Já a reportagem do jornal Agora percorreu cinco postos do INSS. Diz a matéria: “Foram encontradas pessoas que demoram até mesmo anos para entender o que devem fazer, por exemplo, para obter documentos no órgão”. Um mecânico de Itaquera infartou e teve que ir três vezes ao INSS pra agendar perícia. O telefone 135 não funcionou.

Natal Leo, presidente do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores (Sindiapi-UGT), denuncia que a situação decorre de um conjunto de questões que envolvem a falta de funcionários e mudanças no sistema, por parte do governo. Ele diz: “O sistema não foi adaptado às mudanças impostas com a reforma da Previdência e não houve investimentos pra fazer a implantação do digital. Pelo contrário, há um sucateamento do órgão”, critica Natal.

A Portaria 13.623, do Ministério da Economia, de 12 de dezembro, confirma a intenção do governo de reduzir em 50% as Unidades Administrativas de Serviços Gerais de sua estrutura até 30 de junho. Para Natal Leo, a ideia do governo de fechar unidades de atendimento só piora a situação. “Pra solucionar o problema, tem que diminuir a burocracia, atualizar o sistema e contratar servidores. Ou seja, tem que haver investimento”, ele pondera.

Mão de obra – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e da Previdência Social do Estado de São Paulo, Pedro Luís Totti informa que desde 2017 mais de dez mil funcionários se aposentaram. “Alertamos que havia necessidade de repor essa mão de obra. Mas Temer e Bolsonaro compraram a ideia de que a informatização atenderia a demanda”, comenta. Ele também defende a recontratação de funcionários aposentados. “Esse tipo de atendimento necessita de capacitação. Só alguém especializado pode esclarecer as dúvidas de quem procura o INSS”, observa.

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