A aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria, colocado em pauta pelo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta, e que foi aprovada pela maioria dos deputados, principalmente da oposição ao governo Lula, levou centenas de milhares de pessoas a protestar nas ruas do país, nesse domingo (14), nos atos convocados pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, das quais a CUT faz parte.
O PL da Dosimetria permite que condenados por crimes com violência ou grave ameaça, como é o caso dos crimes de tentativa de golpe de Estado, se beneficiem com a progressão menor, de 16%. Para especialistas, o projeto beneficiará também criminosos comuns. O PL da Dosimetria deve ser analisado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado na próxima quarta-feira (17), sob a relatoria do senador Esperidião Amim (PP-SC), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro e que defende anistia total aos condenados por tentativa de golpe de Estado.
Em São Paulo, o ato ocorreu na Avenida Paulista, em frente ao MASP. Dezenas de milhares de pessoas se juntaram a políticos e artistas contra o PL que reduz a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 e 3 meses de prisão para 2 anos e 4 meses.
Na Paulista participaram do ato os cantores Chico César, Romero Ferro e Zélia Duncan. Políticos também marcaram presença como o presidente do PT, Edinho Silva, o ministro de Estado da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos e a deputada federal Erika Hilton.
No Rio de Janeiro, o posto cinco, na praia de Copacabana, também recebeu milhares pessoas, que com faixas que pediam a manutenção da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e com críticas ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos).
Artistas também se fizeram presentes como o cantor Chico Buarque que ao lado da atriz Fernanda Torres, cantou Vai Passar. Também estiveram presentes os cantores Gilberto Gil, Caetano Veloso, Paulinho da Viola, Emicida, Xamã, Duda Beat, Tony Bellotto, Fernanda Abreu, Lenine, Leila Pinheiro, Fafá de Belém, Baco Exu do Blues, Moreno Veloso. O ator e apresentador Paulo Vieira apresentou a parte musical.
As ruas de Belo Horizonte (MG) foram tomadas por uma multidão calculada em 100 mil pessoas, na manhã deste domingo (14), num movimento que se repetiu por todo o país em um claro recado aos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e aos deputados que representam o Congresso Inimigo do Povo: não aceitaremos anistia para golpistas.
A concentração na capital mineira começou às 9h, na Praça Raul Soares, que logo ficou tomada por todo tipo de gente. Jovens, adultos e idosos se uniram, em uma só voz, contra os ataques à democracia, à imprensa, a mandatos populares, à esquerda e, sobretudo, à tentativa de livrar a cara de quem tentou um golpe de estado em nosso país.
Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios foi ocupada com mensagens diretas ao Congresso Nacional: sem anistia para golpistas, por justiça e contra a impunidade. O ato também reforçou a luta pela redução da jornada de trabalho e pelo fim da absurda escala 6×1, que só retira direitos e qualidade de vida da classe trabalhadora.