Categoria fecha agências na capital e no interior e realiza ato público em Belo Horizonte
Bancários e bancárias de Belo Horizonte e região realizaram, no início da tarde desta segunda-feira (30), ato público em frente à agência Século da Caixa Econômica Federal, na Praça Sete, Região Central da capital mineira. Eles se mobilizaram para ampliar a adesão e fortalecer ainda mais a greve nacional por tempo indeterminado, aprovada na semana passada, e avaliaram o primeiro dia do movimento. Em torno de 90 agências, de bancos públicos e privados, estão fechadas na Região Metropolitana. A paralisação atinge 55 cidades do Estado. Nesta quarta-feira (1º), a categoria volta a reunir em assembleia às 12 horas em frente à agência do Bradesco da rua da Bahia, esquina com a rua dos Goitacazes, no Centro de Belo Horizonte.
Entre as reivindicações da categoria estão reajuste salarial de 12,5%, sendo 5,8% de aumento real; piso salarial de R$ 2.979,25; 14º salário; participação nos lucros e resultados de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247; vales-alimentação e refeição, cesta alimentação, décima terceira cesta e auxílio-creche/babá de R$ 724 ao mês. Outras demandas são: auxílio-educação, gratificação de caixa, no valor de R$ 1.042,74; gratificação de função equivalente a 70% do salário do cargo efetivo; e vale-cultura de R$ 112,50.
A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) retomou as negociações na sexta-feira (26) e, no sábado, apresentou a contraproposta de reajuste de 7,35% nos salários, na Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e nos valores dos vales e auxílios. Para o piso da categoria, o reajuste oferecido foi de 8%. No ano passado, o reajuste alcançado foi de 8%, 1,82% acima da inflação. Bancários e bancárias rejeitaram a nova proposta e mantiveram a greve por tempo indeterminado.
Segundo a presidenta do Sindicato dos Bancários em Belo Horizonte e Região, Eliana Brasil, a expectativa é de que a greve ganhe mais adesões nos dias seguintes. Antes do ato e da assembleia desta segunda-feira, um grupo de banqueiros e bancárias foram à agência do Banco do Brasil na rua Espírito Santo para convencer os companheiros a aderir ao movimento. “A tendência é o movimento crescer nos próximos dias. As duas grandes agências do Centro, do Banco do Brasil da rua Rio de Janeiro e a Século, Caixa, da rua Carijós, estão paradas. Há paralisações totais e parciais em vários bancos. Já são quase 90 agências sem funcionar. Há paralisações em Betim, Itaúna, Sete Lagoas, Contagem, Matosinhos e outras cidades.”
Eliana Brasil destacou que a categoria não quer apenas reajuste salarial. “Queremos reajuste digno, PLR, pois os bancos tiveram lucros altíssimos, e temos direito à nossa parte. Neste primeiro semestre os bancos já lucraram 33% a mais que no ano passado. Mas reivindicamos, também, qualidade de vida.
Queremos saúde. Foi constatado que 67% dos atestados médicos de bancários e bancárias são por doenças psíquicas. Estamos adoecendo mentalmente. Este é o resultado das metas abusivas, que, em muitos casos, são diárias e até por hora. Os gerentes são pressionados e vão para cima dos trabalhadores e trabalhadoras. E o assédio moral é constante.”
O adoecimento também é provocado pela falta de segurança. “Não temos segurança, somos constantemente ameaçados. O Sindicato está de olho nos bancos. Lutamos e conseguimos que muitas agências instalassem as portas giratórias. Muitos bancos ainda não instalaram, alegando que é necessário uma lei municipal. Mas as agências da Caixa apresentaram uma diminuição considerável no índice de saidinhas de banco por causa disso, e os bancos têm um lucro enorme.” Outra bandeira da campanha é a igualdade de gênero. “Queremos igualdade de oportunidades para as mulheres, que ganham salários menores para a mesma função, e não são promovidas para o cargo de gerente”, acrescentou Eliana Brasil.
Fonte: CUT-MG
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