ArcelorMittal e trabalhadores de Monlevade fecham acordo coletivo

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Os trabalhadores da ArcelorMittal Monlevade aprovaram a proposta da empresa para o Acordo Coletivo 2014-2015, com reajuste salarial de 6,59 % (retroativos a outubro) e abono de R$ 1.300,00. A decisão foi no último dia 16, em assembleia realizada pela manhã e no final da tarde, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), encerrando as negociações que se estenderam por quase quatro meses.
O percentual de correção dos salários corresponde à variação inflacionária pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) nos últimos 12 meses até a data-base da categoria (1º de outubro).
Inicialmente, a siderúrgica havia proposto 6% de reajuste e abono de R$ 900,00, enquanto o Sindmon-Metal reivindicava 12% (o quer representaria um ganho de 5% acima da inflação) e R$ 2.000,00 como abono. As propostas passaram por vários ajustes ao longo do processo de negociação.
Cenário difícil
Na avaliação do presidente do Sindmon-Metal, Otacílio das Neves Coelho, as negociações foram difíceis, principalmente por ter ocorrido em um momento marcado pelas eleições nacionais e expectativas quanto às mudanças na economia do país.
“Os patrões se ampararam muito no discurso do ‘mercado ruim’, embora esse discurso não refletisse bem a realidade para o setor de siderurgia. Por outro lado, no caso específico de Monlevade, o grande número de trabalhadores antigos se aposentando dificulta a mobilização, porque os mais jovens tendem a se arriscar menos”, diz o presidente.
Mas foi justamente pensando em um trabalho de fortalecimento do poder reivindicatório, que foi incluída na pauta da campanha uma cláusula para que a empresa permita ao Sindmon-Metal acesso aos trabalhadores dentro da Usina, duas vezes por semestre, para campanha de filiação sindical. A ArcelorMittal programou para março uma reunião com o Sindicato para retomar a discussão desse item.
Campanha com outras empresas ainda em aberto
Com as demais empresas da base do Sindmon-Metal, que constituem o chamado “Grupo 19”, ainda não houve acordo. As negociações, também iniciadas em outubro do ano passado, chegaram a um impasse e foi instaurado dissídio coletivo, levando a decisão para a Justiça do Trabalho. A primeira audiência de conciliação ainda não havia sido agendada até a publicação desta matéria.
O Sindmon-Metal negocia também individualmente com a Harsco, multinacional que, no ano passado, perdeu o contrato de prestação de serviço à ArcelorMittal e será substituída por outra empreiteira, mas ainda precisa fechar acordo referente ao período de outubro a dezembro de 2014. Deverá haver um encontro de negociação ainda este mês.
Fonte: Sindmon-metal

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