Greve: Demissões em massa no ABC

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Greve dos Trabalhadores na Mercedes-Benz entra no segundo dia e sem data para acabar

Os trabalhadores de todos os turnos na Mercedes, em São Bernardo, participaram de assembleia na manhã desta terça (25), para encaminhar a luta contra as demissões no segundo dia de greve por tempo indeterminado.

Em assembleia realizada na manhã da última segunda-feira (24), os trabalhadores na Mercedes-Benz, em São Bernardo, decidiram entrar em greve por tempo indeterminado em reação a demissões na montadora. Na última sexta-feira (21), a empresa iniciou um processo de dispensas por meio de telegramas enviados aos trabalhadores, que eram orientandos a comparecer à empresa no dia 1º de setembro para assinar a rescisão do contrato de trabalho. Cerca de 7 mil trabalhadores compareceram à assembleia e o encaminhamento pela greve foi aprovado por unanimidade.

Segundo o secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e trabalhador na Mercedes, Sérgio Nobre, a empresa não informou o número de trabalhadores atingidos, mas afirma que tem um excedente de duas mil pessoas. “Muitos companheiros receberam telegramas no final da semana, e a empresa já disse que haverá uma segunda parte, sem informar a quantidade”, explicou.

Para o Diretor de Comunicação do Sindicato, Valter Sanches, todos precisam estar juntos para fortalecer o movimento e reverter as demissões. “Tem companheiros que ainda estão recebendo os telegramas sobre a rescisão no contrato e temos que estar juntos contra essa atrocidade que a empresa está fazendo com os trabalhadores”, prosseguiu. “A greve é geral. Amanhã, às 7h, todos aqui para fazer a luta que for necessária. Não vamos aceitar demissões em nenhuma hipótese”, defendeu Sanches.

PPE – As negociações com a Mercedes-Benz chegaram a um impasse na semana passada. O Sindicato tentava negociar a adesão da empresa ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), conforme autorizado pelos trabalhadores, mas não houve acordo. A empresa considera o PPE – que permite a redução da jornada de trabalho e dos salários em até 30%, com financiamento pelo Governo Federal de metade do salário reduzido – insuficiente para o momento. Ela insiste em recuperar proposta já rejeitada em julho deste ano por 74% dos trabalhadores da planta, que incluía, além do PPE, outras medidas de contenção de custos como a redução da reajuste salarial pelo INPC para 2016.

“A empresa está irredutível e tem agido de forma intransigente. O Programa de Proteção ao Emprego é a solução para dar conta desse momento de crise, de queda no volume de produção. Mas a empresa não está aceitando esse caminho e decidiu simplesmente demitir”, ressalta Sérgio Nobre. Durante a assembleia, o dirigente reforçou a importância da mobilização e união dos trabalhadores nesse momento: “Será um processo forte de luta e a nossa mobilização será fundamental. Vamos lutar até que a empresa revogue a decisão e todos voltem a trabalhar”.

Fonte: CUT

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