Embora o destaque desta quarta-feira (5), no Congresso Nacional, seja a reação de trabalhadores, movimentos sociais e parlamentares da oposição ao governo Temer contra o Projeto de Lei (PL) 4.567, que flexibiliza o pré-sal e está na pauta de votações, diversas categorias estão espalhadas no Congresso, na Esplanada dos Ministérios e em uma área próxima ao Ministério do Planejamento em protesto contra esta e outras matérias em tramitação no Legislativo. A intenção é adiar ou conseguir, com a mobilização, a rejeição do PL e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que será votada amanhã na comissão que aprecia o texto. A PEC congela os gastos públicos por 20 anos e foi objeto de um ato público realizado na Câmara, esta manhã, ao lado de parlamentares e especialistas em políticas públicas.
Na mobilização da tarde desta quarta-feira, o tema voltou a ser tratado por militantes do setor de saúde, estudantes, professores, servidores públicos e representantes de várias outras categorias. “Os trabalhadores brasileiros não darão folga a esses golpistas”, disse a vice-presidente nacional da CUT, Carmen Foro.
Segundo ela, a proposta “reduz o Estado, retira direitos históricos e reduz recursos para investimentos sociais”. “Se a saída for greve geral, vamos parar o Brasil. Não aceitaremos nenhum direito a menos”, afirmou.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e representante da Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos, disse que o golpe observado com o impeachment de Dilma Rousseff e a subida de Michel Temer ao poder não foi apenas contra a soberania do voto popular, e sim, “contra conquistas trabalhistas e previdenciárias para os brasileiros”.
“A PEC 241 é o lado mais duro e perigoso do golpe porque acaba com a nossa proteção social. O que esse governo quer não é só o ajuste fiscal. É constitucionalizar o ajuste por 20 anos prejudicando uma geração inteira”, reclamou.
Boulos disse que é por tais motivos que a resistência à proposta e às demais matérias legislativas encaminhadas pelo governo Temer ao Congresso é fundamental e precisa ser forte. “Se a derrota dessas propostas não for aqui no parlamento, terá de ser nas ruas, com greve”, ressaltou.
Representante da Frente Brasil Popular, o secretário-geral da CUT no Distrito Federal, Rodrigo Rodrigues, conclamou os trabalhadores a ir para as ruas, mas ao mesmo tempo destacou que é preciso alertar a sociedade sobre o desmonte do Estado brasileiro em todos os lugares e não somente nas mobilizações. “Temos de avisar às pessoas no trabalho, nas associações, nas escolas, por onde formos”, afirmou.
Fonte: Hylda Cavalcanti, Rede Brasil Atual
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