Reforma trabalhista não será aplicada, avisam metalúrgicos

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A 40 dias da entrada em vigor da Lei 13.467, que altera a legislação trabalhista, os metalúrgicos e outras categorias do setor industrial afirmam que as medidas não serão implementadas nas convenções coletivas. Em plenária realizada na manhã da sexta-feira (29), na zona norte de São Paulo, trabalhadores ligados a diversas centrais sindicais reafirmaram que não aceitarão perda de direitos. E aprovaram um dia nacional de protestos em 10 de novembro, véspera da vigência da lei sancionada em julho.

“Vai ter luta, vai ter resistência, vai ter enfrentamento”, alertou o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-CUT), Paulo Cayres, que nos últimos dias percorreu o sul de Minas Gerais em campanha de informação sobre os efeitos das mudanças na legislação trabalhista. “Vamos derrotar essa reforma nefasta”, afirmou no início da plenária, que reuniu centenas de trabalhadores – o evento terminou por volta de 12h30, com passeata. Participaram do ato representantes de CUT, Força Sindical, CTB, Intersindical, CSP-Conlutas e CGTB. Além de metalúrgicos, estava presentes dirigentes do setores de construção civil, alimentação, químicos e petroleiros, além do funcionalismo público federal, entre outros. No final, foi lida e aprovada uma carta-manifesto das centrais.

Em alguns locais, as empresas já tentam impor mudanças com base na lei que ainda não entrou em vigor. Na base metalúrgica da CUT em São Paulo, por exemplo, o G3 (grupo patronal que inclui o setor de autopeças) insiste há algum tempo em alterações de cláusulas sociais, como a de estabilidade para trabalhador acidentado ou com doença ocupacional. Em campanha salarial – a data-base é 1º de setembro –, os trabalhadores têm feito protestos na fábricas.

Na cidade goiana de Catalão, a Mitsubishi quer excluir o Sindicato dos Metalúrgicos das negociações sobre participação nos lucros ou resultados (PLR), diz o presidente da entidade, Carlos Albino de Rezende Júnior. Segundo ele, essa negociação já ocorre há 13 anos, mas a empresa agora quer discutir apenas com uma comissão e, de acordo com Albino, iniciou um processo de “terrorismo” contra a entidade sindical.

Os metalúrgicos enfatizaram a necessidade de resistência contra a implementação de normas prejudiciais aos trabalhadores. Chegaram a afirmar que a escravidão já foi legalizada no país, e só foi abolida com movimento nas ruas.

O secretário-geral da CUT São Paulo, João Cayres, chamou a reforma de “estatuto do empresário”, lembrando que a central está coletando assinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular pela revogação da lei.

Fonte: CUT

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