A greve dos trabalhadores e das trabalhadoras da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) continua em todos os estados do país e a categoria participará de mobilizações de rua nesta semana. Em Brasília e em outros estados, os grevistas se juntarão com outras categorias em “Defesa das Estatais e da Soberania Nacional” hoje, terça (03) e em São Paulo a mobilização ficou para a próxima quarta (04).
Em greve desde o último dia 19, o movimento defende reajuste salarial de 8% e manutenção dos benefícios conquistados em acordos anteriores. Segundo o diretor da Fentect, Mizael Cassimiro, a greve foi deflagrada porque a empresa estava arrastando as negociações da campanha salarial e nenhum ponto de pauta de reivindicação da categoria foi discutido até o momento, “tamanho é a sede desta gestão em retirar direitos dos trabalhadores”, completou.
Segundo documento da Fentect enviado na semana passada para a base, “o objetivo da empresa é prolongar a negociação até o dia 11 de novembro, data em que passa a valer a Reforma Trabalhista” e a precarização das relações do trabalho passa a ser legal.
“O presidente da ETC, Guilherme Campos, parceiro fiel do presidente ilegítimo Michel Temer, quer fazer dos Correios a primeira empresa pública a funcionar com as novas leis”, explicou Mizael, se referindo também ao pacote de empresas estatais que estão a venda para o capital.
A Fentect protocolou, no último dia 26, medida cautelar contra as ameaças da direção dos Correios em relação ao desconto dos dias parados e questionando o quantitativo mínimo de empregados por unidade durante a greve.
Sobre as reivindicações
Além de apresentar um índice bem inferior ao que os trabalhadores pleiteiam (3%), a empresa quer implementar uma mensalidade para que os trabalhadores tenham direito à assistência médica. Outra questão preocupante está relacionada à reforma trabalhista, que entra em vigor a partir de 11 de novembro. Os Correios têm prorrogado discussões importantes para os trabalhadores para, assim, negociar o ACT com base no projeto que altera mais de 100 cláusulas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Como se não bastasse, a empresa está na mira do governo golpista para privatização e passa por uma reestruturação que, entre outros pontos, inclui a diminuição do quadro de funcionários.
Ato e passeata
Na próxima quarta (4), os trabalhadores e as trabalhadoras da ECT em São Paulo irá fazer um grande ato. “Vamos todos uniformizados, ninguém pode ficar de fora desse momento de mostrar a importância da nossa luta para a população e ganhar apoio para fortalecer a greve”, disse Misael.
Data: 4 de outubro
Horário: 9h30
Local: Masp, na Avenida Paulista – Assembleia em São Paulo
Na próxima quinta (5), haverá outra assembleia em São Paulo. “Além da presença massiva do movimento, é importante que todos levem seus crachás e documentos”, explicou Misael.
Data: 5 de outubro
Horário: 10h
Local: no CMTC Clube
Fonte: CUT
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