Correios encerram greve

postado em: Notícias | 0

Com assembleias realizadas nas diferentes regiões do Brasil, na quinta e sexta-feira (6/10), os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios decidiram encerrar a greve e aceitar a proposta de conciliação apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Considerando a proposta do TST uma vitória exemplar alcançada pela luta da categoria, a ampla maioria do Comando Nacional de Mobilização e Negociação da Federação Nacional dos Trabalhadores das Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT) orientou as assembleias a posicionarem-se pela aprovação da proposta.

O comando nacional entendeu que a manutenção da greve, neste momento, poderia desgastar a categoria, sem levar a melhores resultados. Assim os dirigentes consideraram que agora é hora de aglutinar forças para os próximos embates, em especial, contra a privatização da estatal, pela manutenção dos direitos e empregos dos ecetistas.

Importância da luta

Desde o início do processo de negociação da Campanha Salarial, o comando nacional da FENTECT (federação filiada à CUT) demonstrou à categoria a importância da luta. E foi graças à greve legítima dos trabalhadores, deflagrada no dia 19 de setembro, que os ecetistas alcançaram mais uma vitória importante no Tribunal Superior do Trabalho (TST), no dia 4 de outubro.

Mesmo sob muita pressão de todos os lados, os trabalhadores enfrentaram esse momento de cabeça erguida. Todas as dificuldades impostas culminaram, então, na greve, e essa foi a última alternativa da categoria, que, agora, pode se orgulhar por ter conseguido manter todos os direitos conquistados nas últimas décadas.

A ECT ameaçou retirar todos os benefícios, lançou descontos nos salários, esteve junto a outra federação (Findect) lançando uma proposta rebaixada, mas nada disso impediu a luta dos trabalhadores dos Correios. Ainda, foi a mobilização das bases dos sindicatos filiados à FENTECT que fez com que a categoria em São Paulo (SPM) e no Rio de Janeiro se unissem à greve que já estava em andamento.

O ganho com o reajuste de agosto de 2017 é significativo para a categoria, pois não reflete apenas no salário, mas também no anuênio, nas gratificações de 30% do carteiro, quebra de caixa para o atendente, do AAT para o OTT, o vale alimentação, o vale cesta, o vale extra no final do ano, décimo terceiro, o recolhimento no FGTS, além dos reajustes no auxílio creche/babá e no auxílio para dependentes com deficiência. Ao colocar tudo isso no papel, é possível verificar que o índice de 2,07% retroativo é mais vantajoso que os 3% propostos para janeiro de 2018.

Outra grande vitória foi a manutenção da cláusula sobre a Assistência Médica, sem alteração no texto do ACT 2016-2017. Com isso, a decisão caberá aos trabalhadores, em assembleias, se concordam ou não com a proposta. O ministro do TST, Emmanoel Pereira, deixou bem claro que não há imposição somente pelo argumento de crise que a empresa divulga. De acordo com o ministro, a mediação deve permanecer e tem como objetivo alcançar um acordo entre as partes. Isso significa que os trabalhadores serão consultados sobre qualquer proposta. Logo, é positiva a manutenção de poder de decisão, amplamente discutida e deliberada em assembleias.

O CNMN ressalta que outros ganhos poderiam ter sido alcançados se a categoria contasse com mais adesão e participação ao processo das negociações. Destaca-se, então, o empenho daqueles que lutaram para frear os ataques da ECT e honraram a batalha dos trabalhadores dos Correios.

Cooperação

Em estados que têm sindicatos filiados à FINDECT (Federação Interestadual dos Trabalhadores nos Correios), ligada à CTB, os trabalhadores dos Correios também participaram da greve, Foi o que ocorreu em São Pualo e Rio de Janeiro, que também aprovaram as propostas dos Correios e o final da paralisação, em assembleias realizadas no dia 5/10. Foi uma importante experiência da categoria, de unidade na ação sob a orientação de duas centrais sindicais, em cooperação.

A FENTECT informou no sábado que 28 de seus 31 sindicatos filiados votaram pela aceitação da proposta do TST. Somente 3 sindicatos votaram pela rejeição da proposta – Piauí, Mato Grosso e Campinas -, mas também neles foi acatado o fim da greve e a volta ao trabalho na segunda-feira.

A assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho 2017/2018 pela empresa e federações representantes dos trabalhadores está prevista para terça-feira (10).

Fonte: CUT

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

12 − 2 =